Passarelas de pedestres; função ou disfunção

As passarelas de pedestres cobertas ou não são mobiliários urbano projetados em concreto, ligas metálicas e outros para resolver o problema, sem risco, da travessia de pessoas sobre as vias públicas de tráfego intenso para não serem atropeladas. Contudo essas “pontes” se tornaram absoletas em seu desempenho nas cidades que, por muitas vezes, não têm a cultura, o conhecimento e, nem mesmo o treinamento necessário pelos órgãos de transito sobre seu uso correto, se tornado verdadeiros trambolhos sucateados sem função prática sobre as vias e o cenário urbano.Quando menino perguntava para os adultos qual a utilidade daqueles arames finos que amarravam as lâmpadas fluorescentes nas calhas metálicas? Respondiam que eram para que as pequenas formigas atravessassem a luminária sem se queimarem, mesmo que esses pequenos seres passassem de cabeças para baixo sobre o fio descoberto e bom condutor de calor.

Hoje, perguntamos o mesmo sobre as nossas passarelas implantadas nas vias públicas das regiões metropolitanas, das rodovias com, muito das vezes, gostos duvidosos, incompletas, outras com desenhos interessantes em curvas rampadas, mas que não são utilizadas pelos caminhantes. Outras que foram retiradas sobre as vias e que não fazem falta alguma. E ainda as que atendem somente ao interesse comercial das “catedrais” de consumo com desenho “universal” de vidro, esteiras rolantes, elevadores e novo design na entrada das capitais. E outras ainda, secundárias, que servem exclusivamente como abrigo de bêbados, viciados e assaltantes.

São muitas opções e variados estilos que proliferam e permeiam as avenidas principais das capitais sem função alguma, ou melhor, servem sim para os ambulantes venderem sombrinhas, drogas, cd´s piratas ou para marcar encontro do bulling dos alunos das escolas.

Será que as pessoas que não trafegam sobre esses “adornos” viandantes, não o fazem por comodismo, insegurança ou mesmo por insensatez?

Esses transeuntes acham mais interessante e mais emocionante atravessar na frente dos veículos, em atos circenses, correndo riscos de vida, pulando os gradis de orientação e contenção, do que perder alguns minutos subindo os degraus ou rampas de uma dessas passarelas para um passeio rápido e convidativo apreciando o panorama de suas cidades, por cima de uma via movimentada e com segurança.

É necessário orientar os cidadões através de indicadores áudios-visuais ou o treinamento nas escolas para transformar os alunos em novos usuários. No entanto, também é preciso rever alguns conceitos de adequação do desenho de nosso mobiliário publico pelos urbanistas e políticos preocupados na concepção da paisagem e da legislação urbana.

*StelioSantaRosa - * Arquiteto - Msc. em Arquitetura pela FAU / UFRJ, Prof. de Projeto Arquitetônico da FAU / UFPa.                                                                

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